quarta-feira, 2 de setembro de 2009

As cegonhas e os bebês



O estatístico dinamarquês Gustav Fischer provou, na década de 30, a existência de correlação positiva entre o tamanho da população da cidade de Oldenburg e o número de cegonhas. Ele fez isso não porque acreditasse no mito infantil, mas exatamente para alertar para um erro comum na ciência, inclusive na Economia: confundir correlação com causa.

Fischer só provou, na realidade, que a população e o número de cegonhas aumentaram ao longo do período de estudo. O resultado não significa que o crescente número de cegonhas causou o aumento observado na população.

Sonia Vieira apresenta no livro Princípios de Estatística um exemplo de erro não proposital. A Agência Auto Informe divulgou, em 1998, um diagrama em que mostrava que os países com maior número de nascimento de crianças tinham, em geral, mais veículos zero quilômetro. Na verdade, uma coisa não provoca a outra, mas as duas são causadas por uma terceira: o aumento da população.

O problema ocorre quando o estatístico, ou economista, acredita ter provado sua hipótese ao chegar à constatação de correlação positiva. Esse tipo de erro é chamado de regressão espúria. Mais grave ainda é se a pesquisa passa a ser usada, por exemplo, para formulação de políticas.


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