terça-feira, 24 de novembro de 2009

Economia ecológica

Nascido entre as décadas de 1960 e 1970, o conceito de economia ecológica afirma que a economia mundial é um subsistema do meio ambiente e só pode crescer dentro dos limites físicos da Terra. “Alguém ainda vai ganhar um Nobel por lembrar que a Terra é uma caixa de sapato em que não cabe mais de um par”, afirma Hugo Penteado, autor de Ecoeconomia: Uma Nova Abordagem. O alvo da crítica de Hugo é “a falta de lógica e racionalidade”, amparada por uma legião de economistas e teorias econômicas que vêem o crescimento como algo que torna as coisas mais abundantes para todo mundo. Essa visão, diz o economista, criou uma economia fora de sincronia com o ecossistema do qual depende.

Historicamente, as teorias econômicas não falam sobre os limites físicos ao crescimento infinito. No livro Macroeconomia, de Rudiger Dornbusch, Stanley Fischer e Richard Startz, há uma única passagem sobre o meio ambiente – e ela desdenha a tese de que o crescimento da economia mundial é limitado. “É verdadeiro que o crescimento econômico exponencial esgotará o estoque fixo de recursos? Bem, sim, é verdadeiro. Contudo, isso parece mais uma preocupação da astrofísica, ou talvez, da teologia, do que da economia”, diz o trecho. “Antes do baby boom pós-Segunda Guerra, poucas pessoas consumiam uma quantidade enorme de recursos. Portanto, o esgotamento dos recursos naturais de que se fala é um fato relativamente novo e ainda não mensurado para ser absorvido pelas teorias econômicas”, diz Leonardo Trevisan, professor de história da economia da PUC de São Paulo.

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