terça-feira, 17 de novembro de 2009

Pré-sal traz risco de doença holandesa

No momento em que o governo brasileiro define as regras para exploração do pré-sal surge uma preocupação importante: o risco do fenômeno econômico conhecido como doença holandesa.

Chama-se de pré-sal uma faixa de petróleo descoberta pela Petrobrás, que se estende do Espírito Santo a Santa Catarina. Segundo cientistas, a camada de sal que fica acima do óleo protege a matéria-prima. Fala-se que a nova descoberta pode dobrar o petróleo e gás extraídos no Brasil.

O presidente Lula chegou a dizer que a camada é um presente de Deus. Mas ela pode tornar-se um “presente de grego” se não forem tomados os devidos cuidados. Isso porque a exportação do novo petróleo, se não controlada, vai trazer uma enxurrada de dólares para o Brasil.

Com muitos dólares no mercado, eles tornam-se mais baratos. Ou seja, a moeda brasileira torna-se mais forte. A valorização torna mais fácil importar bens, que ficam mais baratos para nós, mas tem a contrapartida: nossas exportações tornam-se mais caras lá fora. Nossas indústrias ficam prejudicadas.

É este fenômeno, em que a exploração de recursos naturais causa um declínio do setor manufatureiro, que se conhece como doença holandesa. A entrada de moeda estrangeira valoriza a moeda local, prejudicando a exportação de bens.

O termo surgiu nos anos 60, quando o preço do gás subiu muito. As exportações da matéria-prima na Holanda cresceram muito, valorizando a moeda local. O resultado apareceu nos anos 70: as exportações dos produtos industrializados ficaram extremamente prejudicadas.


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