quarta-feira, 2 de dezembro de 2009

Quando a humanidade aprendeu a fazer contas?


Há cerca de 4 mil anos. Foi quando os mercadores da Mesopotâmia desenvolveram o primeiro sistema científico para contar e acumular grandes quantias. Primeiro, eles faziam um sulco na areia e iam colocando nele sementes secas (ou contas) até chegar a dez. Aí, faziam um segundo sulco, onde colocavam uma só conta - que equivalia a 10 -, esvaziavam o primeiro sulco e iam repetindo a operação: cada dez contas no primeiro sulco valia uma conta no segundo sulco. Quando o segundo sulco completava dez contas, um terceiro sulco era feito e nele era colocada uma conta que equivalia a 100. Assim, uma quantia enorme como 732 só precisava de 12 continhas para ser expressa.

Essa engenhosidade daria origem à nossa palavra contar - a partir das primitivas contas que enchiam os sulcos.

Excluindo-se o conceito abstrato do zero - isto é, da ausência de quantidades - que só apareceu 600 anos atrás, na Índia, as continhas secas satisfizeram a humanidade por alguns milênios. Mas, conhecendo os seres humanos como nós conhecemos, não é difícil imaginar que, junto com a conta, tenha surgido também o erro de conta, inconsciente ou proposital. O conceito errar é humano deve ser tão antigo quanto a preocupação de inventar algum aparelho para auxiliar na contagem e reduzir a margem de erro. Apesar da fama dos árabes e dos chineses, a contribuição mais importante para a abstração matemática foi um trabalho dos hindus. Sem eles não haveria o zero e, portanto, toda a base da abstração que, junto com o 1, deu origem a tudo o que conhecemos hoje como ciências matemáticas.

A primeira tentativa bem-sucedida de criar uma máquina de contar foi o ábaco. O nome tem origem numa palavra hebraica abaq (pó), em memória a antiqüíssimos tabletes de pedra, aspergidos com areia, onde os antigos mestres desenhavam figuras com o dedo para educar seus discípulos.

Os inventores do ábaco de calcular, aparentemente, foram os chineses, que deram ao aparelhinho o nome de suan pan. Mas há controvérsias: os japoneses também reivindicam a invenção - no Japão o ábaco chama-se soroban -, para não falar dos russos: o deles é conhecido como tschoty. Feito com fios verticais paralelos pelos quais seus operadores podiam fazer deslizar sementes secas, o ábaco chinês era incrivelmente eficiente. E rápido: um operador com prática podia, por exemplo, multiplicar dois números de cinco algarismos cada um com a mesma velocidade com que alguém hoje faria a mesma conta numa calculadora digital. Quase 3 mil anos depois de ter sido inventado, o ábaco ainda é usado em muitas regiões da Ásia por pequenos comerciantes.


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