Álcool: tem ou não tem estoque?

Um repórter do programa da Ana Maria Braga buscou explicações hoje cedo sobre um aumento de 50% no preço do álcool em São Paulo. A justificativa do representante dos proprietários de posto foi que o problema era dos fornecedores. Eles, por sua vez, confirmaram que houve falhas na safra de cana de açúcar.

Com pouco álcool para muitos consumidores, o preço subiu. O representante dos donos de posto explicou que eles não determinam o preço e que, como o estoque de álcoolé muito pequeno, assim que o preço do fornecedor sobe, são obrigados a repassar ao consumidor final.

Foi quando a Ana Maria Braga resolveu perguntar por que quando o preço do álcool cai no fornecimento também não cai nas bombas. Aí o entrevistado se enrolou: disse que era porque os postos tinham estoques de álcool, que tinham sido comprados ao preço mais alto. Afinal: há ou não há estoque?

Talvez por alguma desconfiança de que a memória dos consumidores não era tão curta, ele resolveu desistir dessa história e partir para a necessidade de fazer capital de giro, ou seja, aproveitar essas folgas para garantir recursos para manter as atividades da empresa.

Até que, no fim da entrevista, ele decidiu ser um pouco mais sincero. Disse que comerciante tem lucro mesmo e que não há nenhum pecado nisso. Mas então não diga que os donos de postos não têm nenhuma influência sobre os preços e que só repassam os resultados da safra da cana de açúcar, não é?

Por fim, acho que nenhum consumidor sente-se muito confortável em saber que arca com os prejuízos mas nunca participa dos ganhos.

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