quinta-feira, 10 de dezembro de 2009

E se o dinheiro da camada pré-sal fosse investido na educação?

Estima-se que haja entre 40 bilhões e 80 bilhões de barris de petróleo nos campos pré-sal, que ficam entre 4,5 mil e 7 mil metros abaixo do nível do mar. Esse óleo deve começar a ser explorado para valer em 2015, quando, segundo José Sérgio Gabrielli, presidente da Petrobras, a produção brasileira deve passar de 1,9 milhão de barris por dia para 4,1 milhões de barris por dia. Com esses 2,2 milhões de barris extras, o governo poderia lucrar de R$ 45 bilhões a R$ 107 bilhões ao ano, dependendo do modelo de exploração a ser adotado. Na pior das hipóteses, o lucro, somado aos 3% do PIB já destinados à educação básica, seria capaz, logo no primeiro ano, de erradicar o analfabetismo (cerca de 15 milhões de brasileiros com mais de 15 anos não sabem ler nem escrever) e garantir que todo mundo em idade escolar tenha acesso a todos os níveis da educação básica (por enquanto, apenas o ensino fundamental, de 6 a 14 anos, está praticamente universalizado). Mas não daria para melhorar a qualidade do ensino.

Esse desafio exige mais investimento por estudante. Atualmente, o governo gasta R$ 1 072 por aluno por ano. Países da OCDE, o clube das 30 nações mais desenvolvidas, gastam 5 vezes mais. Se quisermos alcançá-los, com o modelo compartilhado, o gasto anual terá de ser de R$ 450 bilhões – R$ 390 bilhões saídos do pré-sal. Nesse caso, seria preciso ser muito otimista e contar com mais de 8 milhões de barris por dia, o equivalente à produção da Arábia Saudita, a número 1 em produção no ranking da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep). Aí, sim, viveríamos por pelo menos algumas décadas o milagre da educação.

Um comentário:

Lu. disse...

Que pena ne..
Mas já dava pra dar uma ajuda!