quarta-feira, 20 de janeiro de 2010

Informativo PET n° 37 - verso



O Futebol no Campo Econômico



É notável que o futebol mundial representa um gigantesco fenômeno social, cultural, político e econômico. Com o avanço do processo de abertura econômica e da globalização emergiu uma nova forma de perceber o esporte, o qual passou a ser explorado na condição de negócio, movimentando cifras bilionárias. Apesar da relevância em analisar os fenômenos econômicos inseridos no mercado do esporte, em particular do futebol, pouco se tem feito academicamente nesse sentido.
É importante perceber que a criação de um complexo econômico-esportivo está associada à transformação do esporte em um amplo fenômeno de consumo de massas, e que tal processo está relacionado com diferentes cadeias produtivas, a saber, têxtil, confecções, equipamentos, fármacos, turismo e lazer, saúde, calçados etc. No centro da formação desse complexo está a comercialização do espetáculo futebolístico pela televisão. Cabe ainda considerar o esporte como fator dinâmico na indústria do entretenimento e que esta, por sua vez, se constitui na maior indústria do mundo em volume de negócios e em número de empregos.
Dados revelam que o futebol mundial movimenta cerca de 250 bilhões de dólares por ano, apresentando no Brasil uma perspectiva de crescimento de geração de emprego e renda além de efeitos multiplicadores consideráveis. Contudo, problemas estruturais em nossa economia e a administração equivocada dos dirigentes esportivos fundamentam o fato de que o potencial do futebol como atividade econômica seja pouco desenvolvido no Brasil. O elevado grau de endividamento dos clubes, a incapacidade de segurar os ídolos nos gramados brasileiros, o surgimento de brechas para a corrupção e a possível “virada de mesa”, além do descaso com o cliente-torcedor no que diz respeito à violência nos estádios minoram a capacidade de geração de renda na indústria do esporte.
Leoncini e Silva (2004) argumentam que os clubes e federações de futebol precisam se adequar a mudanças do ambiente para sobreviverem no longo prazo, de modo que os problemas do futebol brasileiro analisados anteriormente originaram uma série de mudanças na legislação esportiva (Lei Pelé em 1998, Estatuto do Torcedor em 2003) visando equacionar tais obstáculos pela via política. Além disso, devido a dificuldades de eficiência financeira, os agentes econômicos envolvidos nesse mercado estão sendo impelidos à profissionalização e à alteração no planejamento estratégico, o que torna, então, crucial entender as características estruturais e dinâmicas da indústria do futebol.
No âmbito do que foi discutido até então, o Brasil ganhou a oportunidade de sediar a Copa do Mundo em 2014 e também as Olimpíadas de 2016 na cidade do Rio de Janeiro. É uma oportu-nidade ímpar de o país mudar o modo como en-xerga a importância do esporte percebendo que o mesmo precisa de empresas profissionais na orga-nização das competições e na realização dos espe-táculos para que possa ocorrer uma valorização econômica e social adequada, visto que o esporte se transformou em um elemento presente na soci-edade, se constituindo num elemento de identida-de nacional.
Por fim, vale salientar que o espetáculo esportivo moderno necessita de estádios e arenas esportivas que possam receber o público com todo o conforto e segurança. Isso inclui horário dos jogos, venda antecipada de ingressos, estacionamento no local, boas condições de transporte e de trânsito, calendário bem organizado, enfim, uma mudança na relação do clube com o cliente-torcedor.
Justificar


Edivaldo Constantino
Membro do PET-Economia

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