O terremoto que devastou o Haiti no último dia 12 deu início a uma nova modalidade econômica no país: o comércio de escombros. A madeira e as vigas de aço das casas destruídas transformaram-se em matéria-prima. Pessoas roubam material dos escombros para vendê-lo ao ferro-velho. Mais tarde, esses materiais serão revendidos à população para que reconstrua seus imóveis. Após o tremor, tanto a moeda local, o gourde, quanto o dólar passaram a ter circulação cada vez mais rara - e os índices de inflação dos produtos básicos no país subiram drasticamente.
A escassa gasolina passou a ser vendida no mercado paralelo a preços 200% mais caros do que antes do terremoto. Donos de caminhonetes que transportam a população nas as famosas tap-taps deixaram de conduzir passageiros por centavos de dólar para faturar com a venda de galões de combustível.
Nos postos, o preço quase não aumentou, mas conseguir abastecer é um desafio para quem não tem dinheiro sobrando. Muitos recorrem à propina para furar a fila. Com isso, o litro, que sairia em tempos normais por 40 centavos de real, chega a custar 2 reais.
Como boa parte dos haitianos consegue se comunicar em inglês e o espanhol, ainda que sem fluência, o mercado da catástrofe inclui também o serviço de guia. Jornalistas do mundo inteiro que vieram cobrir a tragédia se utilizam desses serviços. Pagam em média 10 dólares americanos por ele ao dia. Se o guia tiver carro, o valor sobe para 50 dólares, às vezes o triplo disso. De moto, é barato, mas também mais perigoso.
Antes do tremor Louchart, vendia um caixão a 2.000 dólares haitianos, o equivalente a 400 dólares. Depois do desastre, reduziu o preço à metade. A depender das dificuldades do cliente, chega a cobrar 200 dólares locais (50 dólares americanos). Essa é sua maneira de ajudar e, ao mesmo tempo, refazer a vida financeira. "Como as pessoas não têm dinheiro, vendo por qualquer preço", afirmou o comerciante.
Uma sugestão do PETiano Pacelli Luckwu
Fonte: VEJA
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