sábado, 13 de fevereiro de 2010

A polêmica convivência de crescimento, inflação e juros

O Banco Central divulga, nesta quarta-feira, o preço do dinheiro no Brasil. A estimativa da maior parte dos analistas é que a taxa básica de juros, a Selic, vai continuar em 8,75%. O mistério reside no restante do ano: o Bacen vai aumentar a taxa básica, ou seja, vai aumentar o preço do dinheiro, vai cortar o estímulo à economia brasileira? Em quanto?

A Selic é tão importante porque serve de referência para os juros cobrados pelos bancos. Mas por que o governo tomaria uma medida que deixa o crédito mais caro para pessoas e empresas? O argumento é a inflação.

A economia brasileira está em alta no momento, o que significa muito dinheiro em circulação. Se não houver investimento em novas plantas, mais equipamentos e contratação de empregados, poderá haver mais dinheiro do que produtos no mercado. O resultado pode ser aumento nos preços.

Eu disse pode… Se a moeda brasileira estiver valorizada, esse dinheiro em excesso pode transformar-se em importações e não em inflação. Isso é interessante para indústrias que dependem de tecnologia importada, por exemplo. Mas a recente queda do Real deixou muitos pessimistas quanto a essa possibilidade.

De qualquer forma, a taxa de juros é um limite para o crescimento da economia. Quando o Bacen aumenta a taxa para que não haja demanda em excesso, também contém os investimentos que poderiam suprir essa demanda no futuro.

É por isso que alguns analistas sugerem caminhos alternativos à elevação da Selic. O governo pode, por exemplo, evitar a inflação se ele mesmo colocar menos dinheiro no mercado, cortando gastos supérfluos.

Mas a polêmica é grande. Há divergência sobre a necessidade de elevar os juros, sobre em quanto ele deve ser elevado, caso seja, e em que momento. Existe ainda quem defenda que a meta de inflação do Banco Central é baixa e que seria possível conviver com o nível de preços um pouco mais elevado em prol do crescimento.


Fonte: Economia Clara

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