segunda-feira, 19 de abril de 2010

Burocracia dificulta investimentos no Brasil, diz representante japonês

O governo japonês aponta a burocracia como maior obstáculo para o crescimento dos investimentos do país no Brasil. O vice-ministro para Relações Internacionais do Ministério da Economia japonês, Hiroyuki Ishige, afirmou nesta quinta-feira em Brasília que o patamar de investimentos pode crescer se o Brasil superar essas barreiras.

Ishige inclui nas dificuldades problemas na área de propriedade intelectual. O representante exige normas mais sólidas e maiores recompensas para as empresas tecnológicas japonesas.

"Pretendemos trazer tecnologia avançada, de vanguarda. É um esforço muito forte por parte das empresas japonesas. Há dificuldades para receber as recompensas", aponta o vice-ministro.

Como exemplo, o representante cita o prazo de cinco anos para pagamento de direitos autorais em produtos com tecnologia japonesa.

O secretário de Comércio Exterior do Ministério do Desenvolvimento, Welber Barral, admite que o Brasil precisa avançar nos procedimentos para melhorar o comércio entre os dois países. Segundo ele, as melhorias demoram porque dependem de mudanças judiciais e de uma reforma tributária.

Representantes do governo e da iniciativa privada dos dois países encerram hoje a terceira reunião de Comitê Brasil-Japão para investimentos e comércio. No encontro, o governo brasileiro discutiu questões sobre a exportação de carne suína e café ao Japão.

Os japoneses anunciaram especial interesse em investir na área de infraestrutura, sem apontar um setor específico. "O Brasil é uma das economias mais significativas do mundo. Há forte interesse em investir no Brasil", apontou Ishige. Para ele, os 80 membros da comitiva japonesa no encontro comprovam o interesse no país.

O comércio entre Brasil e Japão cresceu 14,3 % no primeiro trimestre deste ano. A expectativa é que o volume de negócios se equipare o patamar de 2008. Naquele ano a quantia chegou a US$ 13 bilhões, com superavit para o país oriental. Em 2009, a crise fez o volume do comercio encolher 25%, para US$ 9,6 bilhões.

Fonte: BBC Brasil

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