Essa é uma personagem do que o economista Carlos Lessa chama de bolha Casas Bahia. Em seus artigos sobre a crise econômica atual, Lessa alerta para a possibilidade de algo semelhante por aqui. A diferença é que lá a bolha foi formada com base no mercado de imóveis. Aqui são eletrodomésticos, móveis, carros e uma variedade de bens de consumo, cada vez mais acessíveis a todas as classes.
A nossa posssível bolha é formada por dívidas com longos prazos de pagamento e juros embutidos altíssimos. Atraídos pela possibilidade de arcar com a dívida mês a mês, os consumidores nem se preocupam tanto com os juros. Mas o fato é que quanto maior o prazo, maiores eles são.
Lessa explica, de forma bastante didática, em entrevista à revista Carta Maior: “É aquela experiência que todos já viveram. Tem um lugar que vende alguma coisa em oito prestações sem juros. Você vai com dinheiro e diz que quer pagar à vista. Não tem desconto. Sabe qual é o significado disso? Eu não estou interessado em vender a coisa, estou interessado em que você se endivide. E pague o juro embutido colossal nas prestações, eu quero você como devedor. Aí as Lojas Americanas, as Casas Bahia se convertem em financeiras”.
Em outro artigo, Lessa diz que a bolha é sustentada pela preocupação dessas pessoas endividadas em não deixar, em palavreado popular, o “nome sujo”, o que impossibilitaria novas compras. Assim, elas vão arrastando as dívidas, pagando o mínimo possível.
Mas será que essa situação é sustentável? E o que vai acontecer quando essas pessoas se derem conta de que não conseguem pagar todas essas dívidas? A bolha estoura…
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