Se você já comprou um carro usado, deve conhecer de perto o problema da informação assimétrica: o vendedor sabe a qualidade do que te vende e você não sabe exatamente se faz um bom negócio ou se vai levar para casa um abacaxi.
Quem chamou a atenção pela primeira vez para esse tipo de mercado foi o prêmio Nobel Akerlof, em artigo que traduzido ao pé da letra trataria do mercado de limões, mas que, para nós brasileiros, seria melhor chamado de mercado de abacaxis. Akerlof chama de limões os carros ruins e de ameixas os bons.
Varian explica: imagine um mercado em que 100 pessoas querem vender carros usados e 100 desejam comprar. Todos sabem que 50 são ameixas e 50 limões, mas só os proprietários sabem quais são de cada tipo.
O proprietário de um limão está disposto a se desfazer dele por 1000 dólares e o da ameixa por 2000. Os compradores pagam até 2.400 por uma ameixa, mas no máximo 1.200 por um limão.
Se não for possível diferenciar os carros, Varian supõe que os compradores façam o cálculo do valor médio e que estejam dispostos a pagar 1.800 por um carro.
Resultado: os proprietários de carros bons, do tipo ameixa, não vão mais estar dispostos a vender seus carros. E só vão restar os carros limão, ou os abacaxis.
Quando itens de baixa qualidade expulsam os de alta do mercado fala-se em seleção adversa.
O fenômeno também pode acontecer nos mercados de seguros. Se os planos de saúde, por exemplo, considerarem a média de problemas de saúde para definir preços podem chegar a valores inviáveis para pessoas saudáveis.
Planos de saúde para empresas são uma boa solução para evitar seleção adversa. A companhia pode basear seu preço na média de problemas de saúde para o conjunto de empregados, o que vai incluir pessoas muito e pouco saudáveis.
Fonte: http://economiaclara.wordpress.com/
Nenhum comentário:
Postar um comentário