segunda-feira, 18 de janeiro de 2010

Informativo PET n° 37 - frente



BRICs: novas potências econômicas?


BRIC é uma sigla criada em 2001 por Jim O’Neill, economista-chefe do banco de investi-mentos Goldman Sachs, para se referir aos quatro principais países emergentes do globo – Brasil, Rússia, Índia e China. O Goldman Sachs realizou um estudo com as economias dos países do BRIC com projeções para até 2050, tendo obtido o resultado de que este grupo pode tornar-se a maior potência econômica do mundo, superando até mesmo as economias do G7.
O BRIC não constitui um bloco político ou econômico; esses países possuem característi-cas em comum, entre as quais podemos citar: estabilização econômica recente, situação política estável, grandes reservas de recursos minerais, grande número de mão-de-obra em processo de qualificação, consideráveis investimentos estrangeiros em diversos setores da economia e PIB em crescimento.
Dentro do BRIC, o papel do Brasil seria o de exportador de produtos agropecuário, sendo de extrema importância a sua produção de cana-de-açúcar para a geração de biocombustíveis. A Rús-sia destacar-se-ia como fornecedora de matérias-primas, além de exportadora de mão-de-obra de alta qualificação e de tecnologia de ponta. A Índia tem efetuado grandes investimentos em tecnologia e na qualificação de mão-de-obra. Sua economia atuará no setor de serviços especializados. A China, de acordo com o estudo do Goldman Sachs, deverá ser, em meados de 2050, a maior potência econômica mundial. Dado os atuais investimentos em tecnologia, sua economia terá por base o campo industrial.
Em relação à crise de 2008, O'Neill afirma que ela pode acelerar mudanças na economia mundial capazes de tornar os países do BRIC potências mundiais em 2020. Para ele, “a grande massa de consumo no mundo estará nas economias do BRIC”. Esse argumento é reforçado por dados do Fundo Monetário Internacional (FMI), que revelam que os quatro países representam 30% da economia mundial e são responsáveis por quase metade do crescimento global.
Não é apenas O'Neill que é adepto dessa ideia. A consultoria Ernst&Young, em seu relatório Global Megatrends, afirma que "a fome de crescimento, junto com a rápida industrialização das economias e populações em expansão, põe os emergentes no caminho da recuperação mais rapidamente, e os países do BRIC são claramente os atores principais". Segundo Ernesto Lozardo, professor de Economia da Fundação Getúlio Vargas de São Paulo (FGV-SP), a recuperação do Brasil se deve ao seu sistema financeiro estável e sólido: “Ele fará o Brasil se sair melhor na crise. Os bancos brasileiros estão capitalizados e são confiáveis. Esta credibilidade é dada pelo Banco Central, que faz correções rápidas, fiscalizando a liquidez e o grau de risco dos bancos.”
Mantendo-se as favoráveis condições de crescimento para o BRIC, é provável que as previsões se concretizem. E isto é o que, de fato, esperamos que aconteça!


Tássia Germano
Membro do PET - Economia

Ana Irys Menezes
Aluna de Economia

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