A cesta de produtos comprada pelos mais pobres ficou mais parecida com a cesta consumida pela classe média, informou o instituto de pesquisa Kantar WorldPanel. A consultoria indica que a diferença no valor gasto por uma e outra classe é significativa, mas que a variedade de itens incluídos no carrinho de compras se assemelha.
A pesquisa monitorou somente o desembolso das famílias com alimentação, bebidas, produtos de higiene e limpeza. De acordo com a Kantar, as classes D e E --com renda média familiar de R$ 900-- passaram a consumir 37 tipos de produtos ao mês em 2009, ante 34 em 2008. Os itens incluídos foram leite em pó e tempero, além de cremes e loções. A classe C, em que as famílias ganham em média R$ 1.500 ao mês, consumiram mensalmente 38 categorias, número igual ao registrado no ano anterior. Já as classes A/B, que consideram os que têm renda mensal média de R$ 3.000, compraram 42 categorias --em 2008, eram 41 tipos de mercadorias.
Fátima Merlin, diretora de varejo da Kantar WorldPanel, afirma que, apesar da aproximação da variedade de produtos comprados, o perfil das compras é diferente. Ela afirma que o número de unidades e a marca escolhida pesam no desembolso que cada estrato de renda faz para comprar os mesmos tipos de produtos.
As famílias de menor renda também foram as que mais aumentaram os gastos com bens não duráveis no ano passado. O valor desembolsado cresceu 21% no ano. O crescimento dos gastos das classes A/B foi de 14% e o da classe C, de 17%. Segundo o instituto de pesquisa, as regiões Nordeste e Centro-Oeste puxaram a expansão do consumo de bens não duráveis no ano passado.
"Aspectos conjunturais beneficiaram o consumo no ano passado, como a expansão do Bolsa Família, o aumento da renda e o desempenho do mercado de trabalho. Quando se olha famílias com renda tão restrita, qualquer movimentação positiva acaba fazendo muita diferença para o perfil do consumo", afirma a diretora da Kantar WorldPanel.
Fonte: Folha Online
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