segunda-feira, 26 de julho de 2010

Pobreza nas ruas


Apesar do bom momento da economia nacional, que tanto orgulha nossos governantes, o Brasil continua convivendo com algumas das piores taxas de subdesenvolvimento, principalmente quando se trata de educação, de saúde, de qualidade de vida. É verdade que, em meio a tantas mediocridades premiadas ou imbecilidades triunfantes, há homens públicos que procuram mudar esse quadro. Porém, está ficando difícil. Esses, estão em minoria e deixando o barco. A maioria trabalha sem visar o bem comum, objetivando quase sempre o sucesso pessoal, insensíveis aos problemas sociais. Mas, se político pode e deve ser sensível às causas comuns, o eleitor tem obrigação.

Quem se aventurar pelo centro do Recife ou pelo roteiro que a edição de ontem deste Diario de Pernambuco traçou, mostrando os vizinhos de "rua" dos vereadores da cidade, teria inúmeras razões para transformar uma provável indignação em poderosa razão para mudar, pelo voto, esse quadro. Até porque, as ocupadas e deturpadas vias públicas não retratam apenas um momentoou uma área específica da cidade, mas refletem a imagem do processo do desequilíbrio econômico e social no Recife, síntese do drama das metrópoles brasileiras. O mais grave é que, ao mesmo tempo em que aumenta a concentração de riqueza por parte dos grandes grupos econômicos, cresce também a população marginalizada e desesperançada. Convivendo com a omissão e a insensibilidade geral.

Pedras do Gini // O Brasil está muito mal na foto revelada pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud), divulgado ontem, e que mede o índice Geni - o grau de desigualdade a partir da renda per capita. Na América Latina, campeão dos piores índices, o Brasil está perto de segurar a lanterninha. Acima só do Haiti e da Bolívia.

Desigualdades // Segundo o relatório divulgado pelo Pnud (Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento), a desigualdade compromete 19% do Índice de Desenvolvimento Humano nacional. A desigualdade de renda é a que mais pesa sobre o IDH ajustado (queda de 22,3%), seguido de educação (-19,8%) e saúde (-12,5%).

Fonte: Diario de Pernambuco.