sábado, 16 de abril de 2011

Segunda Semana de Abril

MERCADO FINANCEIRO

O Ibovespa fechou em alta de 0,61% nessa sexta-feira, porém com uma queda acumulada na semana de quase 3%. A bolsa brasileira não acompanhou a tendência das bolsas europeias e americanas, que no decorrer da semana acabaram se valorizando. A valorização semanal dessas bolsas é devida, em grande parte, a uma série de divulgações de dados que apontaram situação econômica melhor do que o que se esperava. De acordo com um estudo realizado pela Universidade de Michigan, a sensibilidade do consumidor americano subiu de 67,5 em meados de abril, para 69,6, superando 68,0, que era o que se estimava. A produção industrial americana também cresceu mais do que se previa, 0,8% no mês de março. Devemos observar também que boa parte dos investidores aproveitou as baixas consecutivas das últimas semanas para adquirir papéis, o que também ajudou na valorização das bolsas.
Fato divulgado nessa sexta e que pode causar um leve abalo principalmente nas bolsas europeias foi a redução da avaliação de risco Moody’s da dívida irlandesa de ‘Baa1’ para Baa3’.

O dólar comercial terminou a semana leve queda, porém com valorização semanal de 0,25%. O BC anunciou que o saldo das operações comerciais e financeiras com dólar no início do mês foi negativo. A saída superou as entradas em US$ 14 milhões, porém, quando avaliamos o acumulado do ano, a entrada líquida ficou 46% mais alta do que a verificada no ano de 2010 inteiro. Com esses dados em mãos podemos esperar que o BC terá de ver a apreciação do Real como um fator auxiliar no combate à inflação, que deve ser o foco atual das autoridades monetárias.

CONSUMO E INFLAÇÃO

A inflação continua a sofrer pressão do consumo. Os gastos das famílias e do governo subiram 9,1% e 3,1% em relação ao mesmo período de 2010, respectivamente. A fonte dessas informações é o indicador SERASA Experian de Atividade, divulgada nessa última sexta.

Não só as famílias elevaram seus gastos. O governo, apesar de anunciar pacotes de contenção de despesas, continua gastando mais. Pode-se pensar no que foi difundido em semanas passadas, que a inflação era fortemente influenciada no aumento da renda sem contrapartida da oferta, ou seja, sem que a produtividade melhorasse. A Formação Bruta de Capital Fixo se elevou mais do que o consumo das famílias e do governo. Isso significa que haverá ganhos de produtividade, mas também que o investimento pressiona a inflação. Além disso, como levantado pelo FMI, as empresas brasileiras estão se endividando muito e isso exige atenção do Banco Central, pois a criação de crédito também demanda cautela.

Com o consumo das famílias em alta, assim como os gastos do governo e a criação de capital, a inflação sofre pressão ascendente e, por isso, deve ser considerada a problemática protagonista da macroeconomia nacional.

Texto do PETiano Pacelli Luckwü

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